Saudades
As saudades deviam ser como o calor.
Devíamos poder esquecer os braços que não nos podem abraçar.
Os lábios que não nos conseguem beijar.
Os risos que não podemos ouvir.
Devíamos conseguir não sentir a falta dos que não estão, no minuto seguinte à sua partida.
Porque dói muito!
Dói sempre!
Mas as saudades não são como o calor.
Entranham-se ainda antes da despedida e mantêm-se até muito depois do regresso.
Basta um som, um cheiro, um pôr do sol.
E aí atacam elas, vorazes, tirando-nos o fôlego, invadindo-nos os sonhos, queimando-nos a alma...
Longe da vista implica dentro do coração.
Que necessariamente se vê dilacerado, cortado, esquartejado.
Para que haja espaço.
E é isso que dói - a ferida aberta para caber a memória e as recordações de quem se gosta.
De quem se sente a falta.
Resta-nos a mórbida esperança de que também nós furámos um cantinho noutros corações longínquos.
Que por nossa causa também sofrem.
Sempre.
Porque as saudades não são como o calor.
Devíamos poder esquecer os braços que não nos podem abraçar.
Os lábios que não nos conseguem beijar.
Os risos que não podemos ouvir.
Devíamos conseguir não sentir a falta dos que não estão, no minuto seguinte à sua partida.
Porque dói muito!
Dói sempre!
Mas as saudades não são como o calor.
Entranham-se ainda antes da despedida e mantêm-se até muito depois do regresso.
Basta um som, um cheiro, um pôr do sol.
E aí atacam elas, vorazes, tirando-nos o fôlego, invadindo-nos os sonhos, queimando-nos a alma...
Longe da vista implica dentro do coração.
Que necessariamente se vê dilacerado, cortado, esquartejado.
Para que haja espaço.
E é isso que dói - a ferida aberta para caber a memória e as recordações de quem se gosta.
De quem se sente a falta.
Resta-nos a mórbida esperança de que também nós furámos um cantinho noutros corações longínquos.
Que por nossa causa também sofrem.
Sempre.
Porque as saudades não são como o calor.